Ironbound - Rápido, Sujo e Pesado
 


Às vésperas de celebrar um ano de atividades, o quinteto baiano que leva o nome do décimo-sexto álbum de estúdio dos norte-americanos do Overkill, Ironbound, agora se prepara para promover o seu mais recente trabalho, o mini-álbum intitulado Unidos Pelo Ódio, registro que sucede o EP de estréia, Máquina da Morte, lançado ainda no primeiro semestre de 2011. E ainda que o cronograma destes primeiros doze meses tenha sido marcado principalmente por sessões em estúdio, a banda ainda teve tempo para participar de alguns eventos realizados no interior do estado, aproveitando as oportunidades para divulgar o material autoral e firmar parcerias.

“Fazendo um balanço do ano de 2011, acho que soubemos aproveitar bem o tempo e usá-lo a nosso favor. Foi um ano de trabalho intenso em estúdio, mas era algo que havíamos planejado e que precisávamos cumprir para iniciar a nossa jornada. Hoje temos um bom nível de entrosamento e qualidade na execução das músicas, além de contar com um repertório mais completo e variado.”, diz o vocalista Júnior. Mantendo o foco nas composições próprias, que somam 80% do material apresentado em shows, o grupo não apenas assina as oito faixas gravadas nos dois EP’s, como dispõe de outras tantas que em breve deverão ser utilizadas em futuros lançamentos. “Na banda todos compõem, tem sido assim desde o começo. O lado bom disso é que sempre tem alguém que vem com riffs e idéias novas, estilos e intenções diferentes. Mas às vezes precisamos parar de compor e organizar as coisas, porque senão vira bagunça”, conta Kenion, que arremata: “Com cinco pessoas compondo o tempo todo, nunca poderíamos ser uma banda cover. Curtimos escrever músicas, é algo natural para nós.”.

E a apresentação do trabalho autoral veio seis meses após o início das reuniões em estúdio, com a estréia fonográfica através do EP Máquina da Morte, que trouxe à luz quatro temas em pouco mais de quinze minutos de música. Combinando elementos típicos de estilos como Crossover e Thrash, e lançando mão de andamentos velozes e cadenciados, palhetadas abafadas e coros de vozes e refrãos fáceis e pegajosos, o quinteto pode não ter inovado em termos de sonoridade, mas é certo que conseguiram demonstrar versatilidade e personalidade. “O objetivo sempre foi mesclar as nossas influências, e até fazer uso daqueles clichês que todos conhecem e gostam, mas de uma maneira particular, mostrando quem somos e como soamos.”, declara Júnior, que segue concordando com o baixista André: “Não descobrimos o Brasil, não inventamos a roda e nem patenteamos a fórmula da cerveja. O que a gente sempre quis foi fazer som rápido, sem frescuras e com uma boa dose de peso e sujeira.”.

De caráter independente, a produção dos dois registros segue priorizando uma distribuição virtual, na qual a Internet tem sido utilizada em uma escala muito maior do que a distribuição de cópias físicas. “Através de sites especializados e redes sociais podemos alcançar mais pessoas em lugares diversos. E a resposta do público tem sido positiva, conseguimos iniciar contatos com pessoas de lugares como São Paulo, Recife e Manaus, e a tendência é expandir essa nossa rede.”, conta Raul, que além de assumir as baquetas, assina duas composições registradas em estúdio, uma em cada EP. “Raul tem o espírito Dan Beehler, é meio que um Charlie Bernante, tem essa facilidade pra compor”, diz Júnior. “Ele aparece do nada com músicas prontas, riffs seqüenciados, bateria gravada, tudo. É um thrasher verdadeiro, apesar de visualmente parecer mais aqueles rappers americanos”, brinca o guitarrista Daniel.

Enquanto o clima de descontração e tranqüilidade permanece entre os cinco, os downloads seguem à tona na web. O grupo disponibilizou o EP Máquina da Morte gratuitamente desde o mês de Junho, no site oficial (www.tramavirtual.uol.com.br/ironbound). “Queremos que mais pessoas baixem e conheçam o nosso trabalho, por isso disponibilizamos as músicas do nosso primeiro EP para download, e com a máxima qualidade permitida pelo formato mp3. Como o objetivo é levar a nossa música a lugares diferentes, temos tentado divulgar os links para download em sites diversos. E as pessoas têm ajudado muito, porque elas mesmas têm postado o Máquina da Morte em seus blogs pessoais. Já encontramos o play para download até em sites gringos.”, conta Júnior, que conclui afirmando que dentro de pouco tempo as faixas do novo EP, Unidos Pelo Ódio, também serão disponibilizadas. “É claro que a gente também faz um esforço para promover a versão física do material, levando aos shows e entregando via Correios. Apesar da limitação na prensagem do CD, a procura e a saída até que têm sido boas, se considerarmos que vivemos na era do download”, manda André.

Prestes a ser apresentado ao público pela primeira vez, o EP Unidos Pelo Ódio, segundo registro oficial da banda, tem criado certa expectativa por parte dos seguidores mais próximos da Ironbound. Gravado, mixado e masterizado no Estúdio Jimbo, onde também registraram o EP de estréia, desta vez o material traz mais quatro músicas inéditas, novamente cantadas em Português, algo que já se caracteriza como um traço na identidade do grupo. “Sempre curtimos as bandas mais veteranas do cenário nacional, muitas delas tendo gravado grandes discos com músicas cem por cento escritas em Português, como Tauros, Anthares, Dorsal, RDP. E muitas bandas atuais têm voltado às raízes e procurado retomar o velho hábito de apresentar seu material na nossa língua de origem. É um sentimento diferente e único ouvir Metal feito em Português, e continuaremos fazendo desse jeito”, explica Júnior. “Já teve até quem veio falar com a gente para dizer que depois que ouviu as nossas músicas e aprendeu as letras, começou a gostar e aceitar mais o Metal cantado em Português”, completa Raul.

Se musicalmente o novo material preserva as mesmas características do primeiro EP, Máquina da Morte, mantendo aquela pegada empolgante do Crossover/Thrash com algumas passagens mais cadenciadas, liricamente a coisa também continua caminhando sob os mesmos trilhos, com temáticas que giram em torno de guerras e política, sobretudo à conduta e posturas norte-americana – do ponto de vista do imperialismo. “Desta vez, a única música que não apresenta uma abordagem mais político-social é a faixa título, que fala um pouco sobre o misticismo que envolve a Ilha de Alcatrazz, na Baía de São Francisco”, conta Júnior, que aqui novamente escreveu as letras. “Essa música, Unidos Pelo Ódio, teve uma ajuda especial do nosso parceiro João”, ri Kenion. E se o leitor ainda não entendeu, é Daniel quem explica: “Quando gravamos Unidos Pelo Ódio, ainda não tínhamos parado pra sacar a letra. Um dia, ouvindo ela no estúdio em uma das sessões de mixagem, todos começamos a entender de fato a letra e aprender o refrão, que diz ‘Espíritos intrusos subam ao capitólio’. Mas Kenion foi o único que conseguiu ouvir ‘Espíritos intrusos /João ao capitólio’, e ainda teve coragem de perguntar se o refrão era esse. Desse dia em diante nunca paramos de zoar ele, e adotamos João como uma espécie de sexto membro da banda, um parceiro invisível, um espírito prisioneiro de Alcatrazz que acompanha e inspira a banda”, brinca em meio a risadas gerais.

Agora o quinteto se prepara para iniciar o trabalho de divulgação de Unidos Pelo Ódio, e o objetivo permanece sendo o mesmo: alcançar mais pessoas. “Nós só queremos continuar compondo e fazendo shows, ampliar a nossa rede de contatos e firmar novas parcerias com outras bandas. A gente sabe que não é fácil fazer música pesada por aqui, mas o lado bom é que as bandas se apóiam e ajudam umas às outras, pois todos sabem das dificuldades.”, diz Júnior. “Vamos seguir escrevendo material e principalmente tentando agendar shows em lugares diferentes. Com a gente não tem besteira, tocamos onde tiver espaço. E não cobramos nada, somente as despesas com deslocamento.”, explica André. “Ah, e é claro, desde que nos garantam a cerveja também”, completa.

Para saber mais sobre a Ironbound, ter acesso às novidades, arquivos diversos e contatar a banda, basta acessar as páginas oficiais:
Sitewww.tramavirtual.uol.com.br/ironbound
Myspace: www.myspace.com/ironboundbr
Orkut: 
http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=9913945155773964188

Texto: Gilvan Mutley e Deco Zé Mayer  

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1 Response for the "IRONBOUND: "Unidos para manter a máquina a todo vapor!""

  1. Anônimo says:

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